segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Policia Civil só perde agentes e governo não repõem efetivo!



"Inquéritos parados jogados em salas que servem de depósitos improvisados, casos sem solução filas para registrar boletins de ocorrência, poucos servidores que, não raramente, acabam acumulando funções e, como resultado, investigações falhas que culminam com inquéritos com lacunas que beneficiam o bandido, solto depois pela justiça por falta de provas. Esse é o cenário da Policia Civil no estado de São Paulo.
Somente nos últimos dez anos, a instituição perdeu 3.111 agentes em diversos cargos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, obtidos por meio de Lei de Acesso à Informação, o efetivo da corporação em 2006 era 31.588 homens e mulheres. Em 2015, esse número caiu para 28.477 policiais, uma redução de quase 10%.
Os números exclusivos detalham também a diminuição de agentes por carreiras policiais. Em setembro de 2013, a Policia Civil paulista tinha 3095 Delegados. No mesmo mês do ano passado, havia 2903 pessoas cumprindo essa função. Com os Investigadores, a situação é a mesma. Há 3 anos, o estados de São Paulo, o mais rico da Federação e, por isso, em tese, o que tem mais condição de investir, tinha 9187 agente nas ruas tentando elucidar os crimes. Em 2015, no mês de setembro, eram 8952. No mesmo intervalo de tempo, a instituição perdeu 458 Escrivães, passando de 6899 para 6441.
O déficit só piorou com a lei federal da aposentadoria compulsória, sancionada em maio de 2014. A nova legislação determina que o agente com 65 anos precisa, obrigatoriamente, deixar o cargo. Antes, ele permanecia até os 70 anos.
O presidente dos Sindicato dos Escrivães de São Paulo, João Xavier Fernandes, confirma o óbvio: a população é a mais prejudicada com esse cenário catastrófico da categoria. Segundo ele, um escrivão deveria ser responsável por, no máximo, 50 inquéritos. "Tem escrivão que cuida de mais de mil inquéritos. Ele não consegue prestar atenção em uma oitiva (depoimento da testemunha, bandido ou da vitima) porque tem várias coisas para fazer ao mesmo tempo. O trabalho nunca será ideal deste jeito", admite o policial.
Xavier explica que uma das consequências deste realidade é o atraso no andamento das investigações. Muitas ficam simplesmente paradas. Crimes menores, como roubos de celular, por exemplo, acabam esquecidos nas gavetas. "O Delegado pede cada vez mais prazo até arquivar o inquérito. A instituição está sucateada."

Menos contratação
Desde 2011, a Secretaria de Segurança Pública nomeou 2960 Policias Civis, o que não cobre nem a metade dos agentes que saíram da corporação entre 2011 e 2015. Neste período, 6808 profissionais deixaram a instituição. Numa comparação simples, sem levar em conta o aumento populacional e o da criminalidade, que apresenta redução na maioria dos índices, mas segue em percentuais alarmantes, a Policia Civil paulista tem um déficit hoje de 3480 funcionários."

Matéria retirada do jornal DIÁRIO DE SÃO PAULO - 11 de janeiro de 2016
Redatora: Amanda Gomes - amanda.gomes@diariosp.com.br

9 comentários:

  1. Será que não falta um zero no quantitativo do déficit??? Não seria 3.480 ???

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  2. Boa blogrumoacadepol tá na hora desse povo acordar e valorizar está classe tão humilhada que sempre é linha de frente e só leva pedrada e detalhe a fotinho do escriba sem sobrecarregado e mau aproveitado esse modelo de policia só aqui mesmo só os governantes não vem que isso não dá certo bem fazem os federais que lutam pra acabar com esse modelo falido

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  3. Até quando será que vamos esperar a tão sonhada nomeação?!?! Só vejo notícias de falta de efetivo, desvalorização da Polícia Civil, está cada vez ficando pior.

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  4. Boa tarde amigos. Sou Investigador de Policia. Gostaria apenas de acrescentar que o déficit de policiais em SP chega aos 6.000 cargos vagos. peguemos por exemplo a carreira de Investigador onde há pouco mais de 12.200 cargos e apenas 9.000 em efetivo exercicio.

    A situação é ainda pior quando consideramos que a população paulista recentemente chegou a 43 milhões de pessoas e vejam vcs, a última vez que houve aumento (criação) de cargos na PC foi em 1986.

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    1. Obrigado, Marcos, pela sua ilustração do acaso do nosso governo para com a Policia Civil!

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  5. Boa tarde amigos. Sou Investigador de Policia. Gostaria apenas de acrescentar que o déficit de policiais em SP chega aos 6.000 cargos vagos. peguemos por exemplo a carreira de Investigador onde há pouco mais de 12.200 cargos e apenas 9.000 em efetivo exercicio.

    A situação é ainda pior quando consideramos que a população paulista recentemente chegou a 43 milhões de pessoas e vejam vcs, a última vez que houve aumento (criação) de cargos na PC foi em 1986.

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  6. Parece nem ligarem ou não querem melhorar em nada a pc sp não fazem o mínimo e a população sofre em demasia

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